O tempo entre costuras é o primeiro romance da
escritora Maria Dueñas, uma espanhola que sabe cativar os leitores. Foi lançado
em 2010 no Brasil, pela editora Planeta, e tem belas 474 páginas.
O livro conta a história de Sira Quiroga, uma
costureira residente de Madrid, que aprendeu o ofício com sua mãe, com quem
mora, e trabalha no glamoroso ateliê de dona Manuela, que vendia muito, para todas
as madames da cidade e até, pode-se dizer, do país. Porém, para mudar todo esse
cenário glamouroso, veio a guerra civil, e os pedidos diminuíram, assim como o
trabalho, fazendo com que Sira fosse atrás de algo mais propício e rentável, já
que em breve gostaria de se casar.
Resolveu participar de um concurso para ser
datilógrafa, mas para isso, ela precisava aprender a datilografar, e foi então
a procura de uma máquina de escrever. Mal sabia ela que seu destino estava
prestes a muda, quando entrou em uma loja e conheceu Ramiro Arribas.
“Apaixonaram-se” a primeira vista, ou melhor, ela
se apaixonou, e ele viu nela uma oportunidade. Fugiram, então, com o dinheiro
que seu pai havia dado a ela, um pai que foi ausente, mas quando viu o
princípio da guerra resolveu dar sua parte da fortuna. Abandonou sua mãe
solitária e seu noivo devoto para viver uma ilusão.
Viveram uma fantasia, dias de glória, hotéis caros,
uma paixão avassaladora em Tânger, Marrocos, mas todo sonho tem seu fim, e um
belo dia ela se viu sozinha, cheia de dividas que seu “amado” deixou, e sem
dinheiro algum, já que ele levou tudo o que o pai a havia dado.
O motivo pelo
qual Ramiro havia fugido era o fato de ela estar gravida, vendo a complicação
em frente, esperou a primeira oportunidade para se vir livre desse fardo. Sira,
depois de perceber no que havia se metido, ficou desorientada e pegou o
primeiro ônibus que encontrou, ficando tão nervosa a ponto de perder o bebê.
Inconsciente, foi parar doente, tanto fisicamente como psicologicamente, em uma
casa de cuidados para os feridos, afinal, foi bem nesse meio tempo que a 2ª Guerra
Mundial eclodiu.
Desse ponto em
diante, muda-se para Tetuán, capital do Protetorado espanhol em Marrocos, onde
tem de reerguer-se do nada para poder pagar a divida que Ramiro havia deixado,
assim, com a ajuda de pessoas de reputação suspeita, ela abre seu ateliê, atendendo
a alta sociedade da cidade, e entra em contato com pessoas do alto escalão. Então,
ela é contatada para ser uma “espiã”, e sua vida muda radicalmente de novo.
Esse foi um livro que demorei muito pra ler, por
mais que não tenha tantas páginas, é um enredo que não se pode perder uma
palavra. É cativante, pois não é só romance, paixão e amor, não é de todo “açucarado”
como aparenta ser, mas reúne um contexto histórico, mistério e aventura, uma
montanha russa de acontecimentos, ás vezes chegando a ser um pouco confuso
também. Apesar disso não é uma leitura maçante, mas simples e rico em detalhes,
você é transportado de cidade em cidade, com toda a diversidade de Tetuán e a
beleza de Madrid até o glamour dos ateliês de alta costura.
Talvez não seja um livro tão acolhedor quanto
Memórias de uma Gueixa ou O caçador de pipas, e nem tão vendido quanto estes,
porém é no mesmo sentido, e ao meu ver, tão bom quanto, não só pela história,
mas pelo próprio estilo da escritora que é tão boa quanto Arthur Golden e
Khaled Hosseini, talvez até melhor, pelo fato da riqueza da escrita que ela nos
traz.
Mais uma vez, ótima resenha. Adicionarei na minha lista de leitura, tenho tido sorte com escritores espanhóis, foi assim com o Carlos Ruiz Zafon, gostei do enredo da María Dueñas.
ResponderExcluirUm abraço!
Rodolfo Soares
Um Guarda-Livros
Obrigada! Infelizmente, acho que María Dueñas foi a única escritora espanhola que já li, só acho. Mas tenho certeza que gostarás muito desse livro! Abraços!
Excluir:O Parece ótimo, no fim termina como uma espiã :3 amei amei, está na listinha!
ResponderExcluirA Lu indica e eu vou procurando pra comprar! ótimas resenhas!
Beijo <3