Olá! De novo eu aqui, depois de muito tempo, tentando atualizar as informações sobre o intercâmbio, porque, tá difícil né! Vou tentar sempre postar por aqui logo depois das viagens a partir de agora, quero fazer um diário de viagem online, assim fica tudo salvo e não tem chance de perder, mas claro que tenho meu caderninho com várias páginas escritas, tudo pra lembrar dessa época incrível que estou vivendo. E hoje decidi falar sobre a minha viagem pro Marrocos, ainda tenho que falar de Lisboa e Coimbra, mas fica pra outro dia ainda dessa semana! Por enquanto, vou ficar com esse país mágico e super diferente de tudo que já conheci na vida: Morocco.
Minha viagem começou dia 04 de outubro, num sábado a noite, partimos de Coimbra de ônibus por volta das 20 horas, em direção a Tarifa, na Espanha, onde pegamos o barco (um ferry boat bem grande) para Tânger, atravessando o Estreito de Gibraltar.
Nota: Tânger é a cidade onde se passa o romance O tempo entre costuras, da María Dueñas. Queria ter conhecido mais da cidade onde Cira Quiroga refez sua vida.
Nota: Tânger é a cidade onde se passa o romance O tempo entre costuras, da María Dueñas. Queria ter conhecido mais da cidade onde Cira Quiroga refez sua vida.
Roteiro de Gibraltar à Marrakech, fomos ainda a Casablanca e Rabat, para então regressar a Tânger. |
A viagem até Tarifa durou cerca de 12 horas, bem cansativa, chegamos por volta das 8 da manhã de domingo, e já pegamos o barco. Para atravessar o Estreito é muito rápido e tranquilo, cerca de 1 hora em um barco super confortável e bem bonito, a única coisa chata é que passamos a maior parte da viagem na fila para o passaporte ser carimbado pelas autoridades policiais marroquinas, acabamos não aproveitando muito.
Chegando no continente, encontramos nosso guia, Abdel, que infelizmente nos botou numas enrascadas financeiras. Mas enfim, conhecemos um pouco de Tânger, uma cidade bem ocidentalizada até, e acabamos descobrindo que era um feriado nacional, muito importante, a Festa do Sacrifício. Vamos ao Wikipedia:
Eid al-Adha ( em árabe : عيد الأضحى transliteração: Eid Alatz'ha), ou Eid ul-Adha também conhecido como, Grande Festa ou Festa do Sacrifício, é um festival muçulmano que sucede a realização do hajj , a peregrinação a Meca. É comemorado a partir do décimo dia do mês de Dhu al-Hijjah (no último mês do ano lunar no Calendário islâmico), e a festa tem duração de quatro dias. É celebrado pelos muçulmanos de todo o planeta em memória da disposição do profeta Ibrahim (Abraão) em sacrificar o seu filho Ismail conforme a vontade de Deus. Ocorre 70 dias após o Ramadã, e as festas coincidem com o Hajj. Está interligada ao Eid al–Fitr, que marca o fim do jejum do Ramadã, uma festa interligada e é a primeira festa. No Eid al-Adha é feito a troca de presentes e o sacrifício de animais onde a carne é dividida com familiares e com os pobres. (fonte)
Ou seja, acontece que acabamos não vendo muitas pessoas nas ruas nos primeiros dias, afinal, estavam todos em casa com suas famílias, e além disso, as pessoas matam e tiram a pele dos carneiros em plena calçada, e acabam deixando os restos por lá mesmo, digamos que aprendi que o povo marroquino não liga tanto pra higiene quanto nós. Não que isso seja lá tão ruim, higiene é uma coisa cultural mesmo (aliás, os europeus não gostam tanto de limpar as coisas quanto nós...).
Enfim, de Tânger partimos para Meknès e Volubilis. Em Volubilis existem ruínas romanas parcialmente escavadas, a cidade foi considerada patrimônio mundial da UNESCO em 1997, e é super preservada. Chegamos no final da tarde, o que nos possibilitou ver um espetáculo incrível do pôr-do-sol nas ruínas.
Após a visita a cidade, partimos para Fés, onde dormimos em hotel, e comemos uma Pizza Hut, por que a comida marroquina era um tanto quanto cara pra gente. Por exemplo, nesse dia o guia nos levou a um lugar que era 12 euros o almoço, acabamos comendo somente frutas, afinal, viajantes estudantes que não trabalham não pagam mais que 6 euros num almoço, paga 6 euros achando um absurdo e depois fica com a consciência pesada.
Pausa pra falar da comida: é extremamente temperada, eles amam cominho, mas não gostam muito de sal, comem bastante carneiro e frango, porque lá não tem muito gado, como aqui na Europa, e eles adoram molhos bem marcantes.
Pausa pra falar da comida: é extremamente temperada, eles amam cominho, mas não gostam muito de sal, comem bastante carneiro e frango, porque lá não tem muito gado, como aqui na Europa, e eles adoram molhos bem marcantes.
No outro dia, segunda, saímos cedo do hotel, que não tinha um café da manhã lá muito bom também (acabei descobrindo que a maioria é assim), e fomos visitar Fés. Passamos por um mirante, que não é bem um mirante, e sim algum monumento, porém não consigo lembrar o nome, de lá víamos a Medina, a cidade antiga de Fès, construída no século IX.
Depois entramos na Medina, que é um labirinto de ruas, se você não acompanhar o guia, provavelmente você vai se perder. O cheiro não é lá dos muito agradáveis, mas vale a pena. Fomos a uma loja de coisas de metais, como bronze e até de ouro. Fomos também a uma loja de tecido, onde uma pashmina marroquina custava 20 euros (em Marrakesh você compra 5 pashminas por 20 euros), visitamos também uma fábrica de couros, incrível, onde eles matam e tiram o couro dos animas, curam e fazem bolsas, malas, cintos, sapatos e muito mais coisas, o cheiro lá é tão terrível que eles dão um ramo de menta na entrada, mesmo assim, é horroroso. De novo o almoço foi numa rede de fast foods: Burger King. O almoço nesse dia seria 15 euros, impossível, além do que, alguns que comeram, realmente passaram mal.
Fábrica de couros. |
Terça, dia 07, fomos viajar para outras cidades, passamos por Ifrane (ou Azrou), uma cidade conhecida como a Pequena Suíça do Marrocos, lá deixamos a África para trás e entramos num pedacinho da Europa. Ficamos pouquíssimo tempo, cerca de 15 minutos, e nem consegui tirar fotos.
Na noite de terça fomos de dromedários para o meio do deserto, a cidade era Merzouga. Deixamos nossas malas e pertences no hotel que oferece o serviço de uma noite no deserto, e partimos, no meio de uma noite enluarada, para as dunas. Foi, com toda certeza, a noite mais incrível de toda a viagem. A imensidão da areia (que é fininha fininha fininha), o silêncio, a própria escuridão, onde só a lua conseguia fazer sombras, tudo, é um deleite para os olhos. Valeu a pena cada segundo daquela noite.
Nosso acampamento era formado por tendas forradas com tapetes, camas de madeira, de casal e solteiro, quartos de 4 a 6 camas, e tudo muito limpo, nada do que esperávamos que fosse. Até o banheiro, situado numa casa de alvenaria construída ao lado do acampamento, era razoavelmente limpo, mas o banho era tomado no hotel no outro dia, junto com o café da manhã. A janta foi a melhor de toda a viagem, foi feita pelos bereberes, o povo do deserto, e tinha batatas, salada e carne, a de gado estava muito boa, a de frango também, mas a de gado... magnífica.
Acordamos cedo na quarta-feira, cedíssimo, por volta das 05:30, e fomos para a ponta de uma duna ver o sol nascer. Quando estava quase despontando, fomos para os dromedários, e vimos o amanhecer no meio das dunas, foi completamente incrível.
Hotel de Merzouga. |
A tenda e as camas. |
Quarta, dia 08, foi um dia cansativo de viagem, passamos por uma fábrica de fósseis, e dormimos num hotel incrível, porém, eu não consigo lembrar o nome da cidade. Quinta iniciamos nossa viagem para Marrakech, passamos pela Garganta de Todras, um lugar lindo, com um paredão de pedras e um rio correndo no meio, muitas famílias marroquinas e turistas estavam lá passando o dia, comendo, aproveitando com a família. De lá, fomos para Ouarzazate, a cidade cinematográfica. Lá, foi filmado um episódio de Game of Thrones da terceira temporada, o episódio no qual a Khaleesi conquista os Imaculados, veja imagens aqui. É incrível ver fotos desses atores lindos, queridos e fodas num lugar que eu fui! E o lugar já está reservado para a gravação de outro episódio em 2015.
Filmes gravados em Ouarzazate. |
Chegamos em Marrakech na quinta a noite, ficamos duas noites lá. Jantamos um kebab incrível numa rede de fast food marroquina, perto de uma praça com várias lojas de grife. Na sexta-feira visitamos a Medina de Marrakech, e a praça onde ficam os encantadores de cobras, macacos, e várias feirinhas vendendo bolsas, lenços, jóias (vulgo bijuterias) entre outras bugigangas. Dica: compre tudo o que você quiser em Marrakech, é o lugar mais barato que você vai achar, e pechinche muito, algo como: se é 20 euros, ofereça 2, é possível que você leve por 5.
Na Medina, o guia nos levou à um boticário, ou farmácia, marroquina, onde nos foi dada uma explicação sobre algumas coisas típicas do Marrocos, como o óleo de argan, que pode ser usado na pele e no cabelo, a maquiagem marroquina, os chás, entre outras coisas.
A naja. Essa foto está longe porque, se você chega perto, eles vem com a cobra em cima de você pra tirar foto e cobrar, e eu não quero uma cobra em mim de jeito nenhum. |
Iguarias de uma farmácia marroquina. |
Medina de Marrakech. |
No sábado começamos nossa viagem de regresso, passamos por Casablanca, a capital econômica do Marrocos, lá está situada uma mesquita sobre as águas do oceano Atlântico, a Mesquita Hassan II, a maior do Marrocos, e foi construída assim pois um versículo do Alcorão diz: "o trono de Deus estava sobre as águas".
Fomos ainda para Rabat, a capital política do Marrocos, onde almoçamos no McDonald's, e depois regressamos a Tânger. Na volta, acabamos descobrindo que dois marroquinos entraram de baixo do ônibus para tentar atravessar a fronteira, e dentro do barco, vimos vários marroquinos arriscando a sorte para entrar no barco. Acontece que o povo marroquino precisa de visto para entrar na Europa, sabe aquele sonho americano? Pois é, lá eles tem o sonho europeu.
A viagem de regresso foi tranquila, e chegamos a Coimbra por volta do meio dia de domingo. Foi uma viagem inesquecível, a cultura marroquina é muito diferente de tudo que já tinha visto, e com certeza valeu a pena tudo, tanto que quando lembro da viagem, bate uma saudade bem forte.
Quando somos apresentados a uma cultura assim, temos que ter a cabeça aberta para coisas inusitadas e costumes diferentes, temos que nos adaptar à eles, e não eles a nós, afinal, é nós que estamos na casa deles, acabamos passando alguns perrengues pela parte financeira, mas no mais, correu tudo muito mais que bem, e super, super aconselho quem estiver pensando em ir em não pensar mais! Gastei nessa viagem, no total, em torno de 500 euros, sendo 320 da agência, com hotel e café da manhã incluído, e de resto foram as minhas compras.
Fotos:
Dentro da Medina de Fès. |
Hotel do Deserto. |
Mesquita em Marrakesh. |
Garganta de Todras. |
Cap Spartel, onde o Atlântico encontra o Mediterrâneo. |
Mesquita em Casablanca. |
Curiosidades: você não vê mulheres em bares, somente homens, homens para todos os lados, e eles vão para os bares beber água e chá, pois no Marrocos não se pode beber bebida alcoólica, somente os turistas podem comprar, e mesmo assim, não conseguimos comprar, os bares não vendem, somente os mercados até as 20 horas. Eles param para rezar em qualquer lugar quando dá a hora, estendem um tapete, tiram os sapatos, viram em direção da mesquita, e rezam, mas é rápido, cerca de 5 minutos estão prontos. As estradas são completamente planas e quase sem curvas, a paisagem é de areia e alguns verdes, no sul do Marrocos, que achei muito mais bonito, há os oásis: muito verde no meio de muita areia, lindo! Muitas pessoas fazem o trajeto de carro, na maioria são europeus, vi muitos espanhóis também, e o trajeto de carro com certeza deve ser incrível, porque há muitos lugares que de excursão você acaba perdendo pelo tempo, por isso, um dia, ainda farei a África toda de carro, guarde minhas palavras.
Nota: se eu falei alguma besteira, por favor, me corrija!
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