A menina que brincava com fogo - Stieg Larsson

Mais uma vez falando sobre a trilogia Millenium! Este é o segundo volume e sem dúvidas com uma trama muito mais complexa do que a que vemos no primeiro livro, onde somos apresentados ao jornalista econômico, e muito polêmico, Mikael Blomkvist, e a hacker que odeia os homens que não amam as mulheres, Lisbeth Salander. 

Em A menina que brincava com fogo continuamos acompanhando a saga de "Sally", apelido carinhoso dado pelo único homem que conseguiu desvendar alguns segredos da nossa heroína, que dessa vez se vê em uma situação complicada: é suspeita de três homicídios. 

Uma das pessoas assassinadas é Dag Svensson, que vinha trabalhando na Millenium, revista cujo sócio é Mikael Blomkvist, e a outra é sua esposa, Mia Bergman. Juntos, o casal pretendia denunciar vários nomes envolvidos no comércio de sexo na Suécia. 

Mais uma vez, Mikael entra em uma investigação profunda para descobrir quem é o verdadeiro assassino de seus amigos e provar que Lisbeth Salander é inocente. 

Infelizmente não posso contar mais sobre a história do livro, spoilers acontecem e como se trata de um verdadeiro mistério, cada detalhe pode levar a elucidação dos assassinatos, e sinceramente, não quero de jeito nenhum tirar o prazer do leitor em acompanhar as deduções dos personagens para descobrir enfim quem é o responsável pelas mortes, e decidir se Lisbeth é inocente, ou não. 

Esse livro me deixou mais doida que o primeiro, principalmente porque são muitos personagens, pistas, acontecimentos, tudo acontecendo ao mesmo tempo e narrado do ponto de vista dos personagens principais e até dos secundários, que passa da polícia até o próprio assassino. Em certo momento, passamos mesmo a duvidar da inocência da nossa heroína, quantas vezes me peguei pensando qual o motivo Lisbeth tinha para matar Dag Svensson e Mia Bergman, já que ela mesmo iria apoiar o trabalho que os dois estavam fazendo, afinal, a nossa heroína odeia os homens que não amam as mulheres, portanto seria de se esperar que ela ficasse feliz com as denúncias dos homens que participavam de um comércio que consiste em sequestrar, abusar e matar mulheres, coisa que, no primeiro livro ficou bem claro, ela condenava. 

Mas as digitais dela estavam na arma, pouco tempo antes dos tiros ela estava na casa do casal, sabe-se lá fazendo o que, e com seus talentos de hacker, ficou claro que ela sabia de alguma coisa de vital importância para a investigação. 

Será que era essa informação que ela foi passar para Dag Svensson que acabou gerando tantas mortes? Será que essa informação dizia respeito a ela e os dois precisavam ser calados? O que realmente aconteceu na noite dos assassinatos? Onde está Lisbeth Salander, foragida desde daquela noite? Quem é Zala? 

São inúmeras perguntas coerentemente respondidas e elucidadas ao final, porém, dessa vez o final não foi tão esclarecedor quanto em Os homens que não amavam as mulheres, confesso que quando acabou fiquei muito decepcionada, esperando mais, querendo saber mais, o que iria acontecer dali em diante? Foi então que já comecei a ler A rainha do castelo de ar e descobri que a história continua, e ainda há inúmeros mistérios a serem respondidos, e inúmeras injustiças a serem reparadas. 

Stieg Larsson fez um trabalho fenomenal na Millenium, simplesmente incrível. Acho que posso dizer que nunca li um livro de suspense tão bom quanto essa trilogia. Não consigo parar de ler, a cada livro que acabo corro para a biblioteca pegar a continuação, hoje mesmo comecei a ler o terceiro livro e estou vendo que, se os mistérios não forem elucidados nele, vou ter que dar um jeito de comprar o quarto, apesar de ser outro autor e eu realmente não gostar quando outro autor continua o projeto de um que eu gostei muito de ter lido. Vamos ver se vai valer a pena! 

•      Livro: A menina que brincava com fogo
•      Autor: Stieg Larsson
•      Lançamento: 2006 (Suécia); 2009 (Brasil) 
•      Editora: Companhia das Letras
•      Páginas: 607