segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Os homens que não amavam as mulheres - Stieg Larsson


No cinema é conhecido como The girl with the dragon tattoo (A garota com a tatuagem de dragão), Os homens que não amavam as mulheres é um título que pode resumir o livro. Ou seria A garota com a tatuagem de dragão contra os homens que não amavam as mulheres?  
Stieg Larsson é um escritor incrível, terminei o primeiro livro da trilogia (que agora pode ser uma quadrilogia) em uma semana, devorando, mesmo que já havia assistido o filme há muito tempo, não tive o prazer de resolver o mistério reduzido, posso dizer que até aumentado, já que o filme pode ser um pouco diferente nos detalhes. 
Os homens que não amavam mulheres é um suspense muito bem escrito, com assassinatos, pessoas com muito dinheiro, psicopatas, e claro, um "detetive" perspicaz, persistente e um pouco inescrupuloso. E assim descrevemos Mikael Blomkvist
Mikael é um jornalista econômico que tem como missão denunciar grandes empresas e nomes envolvidos em escândalos, segue uma carreira de reconhecimento e usualmente faz muito barulho nas suas matérias, até que em um caso tudo de errado acontece. É processado por difamação e condenado à prisão, além de uma multa que tira todo o seu dinheiro. 
Exatamente nessa época, um grande empresário sueco, Henry Vanger, entra em contato com Mikael, oferecendo uma proposta fenomenal para que o jornalista trabalhe para ele por um ano. O que todos acreditam é que Mikael vai escrever uma biografia da família Vanger, mas na verdade ele foi contratado para elucidar um crime que aconteceu em 1966 na ilha da família, Hedestad, o assassinato de Harriet Vanger. 
Os principais suspeitos são integrantes da própria família, de acordo com o próprio Henry Vanger, pessoas inescrupulosas, violentas, alguns integrantes até com tendências nazistas. E é no meio dessas pessoas intragáveis que Mikael Blomkvist vai tentar resolver o maior mistério da sua carreira. 

Lisbeth Salander é uma garota diferente. Tem 24 anos mas mede 1,50 e tão magra que pode ser confundida com uma adolescente de 14. Sua aparência cheia de piercings, tatuagens, o cabelo de uma legítima punk e a atitude podem revelar uma pessoa estranha, difícil de lidar, com sérios problemas sociais. E ela é realmente tudo isso, mas o que ela esconde é algo bem maior. 
Lisbeth é uma exímia investigadora, de acordo com Dragan Armansky, seu empregador na Milton Security, é a melhor investigadora que conheceu até hoje. Além disso, ela esconde muitos segredos, e é uma justiceira que odeia os homens que odeiam as mulheres. 
Depois de fazer uma pesquisa sobre Mikael Blomkvist para a Henry Vanger antes que ele o contratasse para o trabalho em Hedestad, Lisbeth sente uma certa admiração e curiosidade sobre o jornalista, que no fim, faz com que os dois tenham suas habilidades entrelaçadas para elucidar o crime de quase 40 anos atrás. 



O livro é realmente imperdível, além do mistério principal, que é o assassinato de Harriet Vanger, há outros mistérios, e o fim não poderia ser menos previsível, completamente sensacional. Stieg Larsson faz uma crítica ferrenha à sociedade, se baseando na Suécia, mas que com certeza pode atingir outros países como um tapa na cara. 
Ao escrever a trilogia pode ser que ele tenha se inspirado em seu próprio trabalho denunciando organizações neofacistas e racistas, até nos livros ele fala dos adeptos ao nazismo o tempo todo, como pessoas ruins, que fizeram muito mal à família e ao país, na própria família Vanger, há muitos nazistas que tem uma história paralela muito interessante, são no geral pessoas egocentristas e preconceituosas, exaltando a raça ariana acima de tudo. 
A escrita do autor é leve é cheia de detalhes, ás vezes temos que voltar um pouquinho e recapitular, pois há um grande número de personagens e histórias paralelas que no final se entrelaçam para elucidar os mistérios. 

  • Livro:Os homens que não amavam as mulheres
  • Autora: Stieg Larsson
  • Lançamento: 2005 (Suécia); 2008 (Brasil)
  • Editora: Companhia das Letras
  • Páginas: 528





Falando um pouco sobre a trilogia, Os homens que não amavam as mulheres é o primeiro livro da trilogia Millenium, que alías é o nome da revista em que Mikael trabalha é sócio, seguida de A menina que brincava com fogo, que comecei a ler logo no dia em que terminei o primeiro, e posso afirmar que consegue ser melhor e com ainda mais mistérios, histórias e inúmeros personagens do que o primeiro, e por último A rainha do castelo de ar
Este ano foi lançado um novo livro da série Millenium, A garota na teia de aranha. Stieg Larsson morreu em 2004 por conta de um ataque cardíaco, logo após terminar a trilogia. Este é escrito pelo jornalista David Lagercrantz, contratado pelos herdeiros do escritor. 


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